sexta-feira, 30 de maio de 2008

Para nos a realidade nao basta

Para nós, a realidade não basta, é claro! Gosto de lembrar que há sangue de verdade correndo em minhas veias!
A felicidade é uma isca pendurada na altura dos olhos. Tentar alcançá-la é o que nos move. É como os filmes de Woody Allen que iniciam do nada e terminam de repente, parecem muito com a vida. Não existe cenário, não há futurismo nem lançamento de modismos... Há carência, vinho e jazz.
Temos que aprender a nos divertir com a repetição, com a banalidade e com o previsível. Porque afinal, ri melhor, quem ri apesar de tudo.
EStamos indo de vento em popa. Os anos passam depressa e está cada vez mais difícil realizarmos nossos sonhos...
Eu queria uma casa no campo, um marido dedicado, um apartamento na cidade também... para eu não me tornar nem muito urbana e nem levar uma vida bucólica. Queria um carro enorme, três filhos e um salário que me desse estabilidade e um pouco de conforto. Há, queria tudo isso antes dos 30!
Morar na Europa deve satisfazer muitas fantasias oprimidas. Pra mim, quem morre sem ir a Veneza morre virgem. Espero não morrer tão cedo!
Não existe mais boemia, amor livre, botecos. Há pouco espaço para a originalidade e para a desobediência. Imprensa, família e sociedade estão de tocaia.
A liberdade é politicamente incorreta e personalista. Ela não se veste bem, não tem bons modos e não liga para o que os outros vão dizer. Ser absolutamente livre tem um ônus que poucos se atrevem a pagar...
Nós mulheres, queremos casar! A garota sentada num bar moderníssima, quer casar. A balconista que acabou de lhe atender, também quer. A aeromoça idem. Sua prima então, não vê a hora. Sim! Nós somos independentes, viajamos, levamos camisinha na bolsa, vamos ao teatro e lemos Camille Paglia. Mas queremos casar, pomba! Desde que crescemos ficou combinado assim: cresça, estude e case. Festa de São João termina em casamento na roça! Desfile de moda termina com vestido de noiva e novela termina diante do padre.
Os homens que não casam são marginalizados pela sociedade. São vistos como playboys, filhinhos da mamãe ou bichas enrustidas. E surpresa! Até que é bom! Mas não dá para confiar nas mulheres. Mais cedo ou mais tarde começamos a reclamar da monotonia, da rotina sexual e da falta de liberdade. Então pedimos o divórcio sem darmos aviso prévio. Ficam os pobres com uma mão na frente e outra atrás. As mulheres levam o apartamento, os filhos os amigos, boa parte da renda familiar e o conhecimento integral de como funciona a engrenagem doméstica. Ficam os homens sem saber como lidar com a torradeira e em pânico quando a faxineira diz que precisa de material. Do que você precisa santa? Fita isolante, pregos, disquetes?

"O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação"(Oscar Wilde)
E voltamos à estaca zero e recomeçamos a sonhar.... e a vida continua de vento em popa!

2 comentários:

Leo Marchini disse...

Ei Marcela Jabor..
Curiosamente, navegando por essa internet de meu Deus, encontro o seu blog. Li todos os textos e quase sempre surgiu-me a dúvida: "seria um desabafo ou um devaneio?". Não importa. Sempre gostei dos textos e gostei mais ainda de encontrar o blog. Não poderia, então, deixar de comentar nele, principalmente depois de perceber que eu seria o primeiro a fazê-lo. =)
Bjs e continue postando!
Léo

Marcela Rocha disse...

E ai Leooooo!!!!! Que bom! Na verdade pouca gente sabe que este blog existe...
Leia mesmo!!! Adoro os comentarios! Tomara que dessa vez eu desenvolva mais meus devaneios!!!
Beijao