terça-feira, 12 de maio de 2009

... Libera a vaga!

O homem da minha vida eu acho que encontrei, tem nome e é de carne e osso, ele também gosta de mim. Agora falta encontrar alguém com quem possa me relacionar. O homem da minha vida não cabe em mim e eu não caibo nele. Não basta que a gente se queira. Não presta que ele venha me visitar e mate minhas saudades e fuja correndo com as pernas bambas e um bumbo no peito que bate inseguranças e frustrações passadas e medos. Não me importa que eu esqueça meu nome depois, que me perca num oco. Não basta que haja amor para se viver um amor. Eu e ele somos as cruzadas da idade média, o Osama e o Tio Sam, o preto e o branco do apartheid, o Feitiço de Áquila. Seus mistérios me perturbam e minha clareza o ofusca. Tenho fascínio pelo plutão que ele habita e ele vive intrigado por minha Vênus, mas quando eu falo vem, ele entende vai. O desacerto é de lascar, não há cama que resista a tantas diferenças, um dia a cama cai.
Eu decidi que não quero mais o homem da minha vida ocupando o lugar do homem da minha vida. Peço então que libere a vaga! Eu to falando com você que se instalou feito um posseiro dentro do meu coração. Faça o favor de desinstalar, xô! Há de haver um homem bom me esperando em alguma esquina desse mundo. Um homem que aprecie o meu carinho e goste do meu jeito, fale minha língua e queira cuidar de mim. As qualidades podem até variar, mas os interessados, se houver, vou avisando: existem defeitos que considero indispensáveis.
Meu amor tem de ter uns certos ciúmes, reclamar quando eu precisar viajar pra longe. Pode se meter com minha roupa, com o corte de cabelo e achar que sou distraída e não sei dirigir. Quando ficar surpreso que cheguei até aqui sem ele, afirmarei sem ironia, que foi mesmo por um milagre.Esse homem tem que querer nosso lar impecável. Deve me buscar no trabalho e me levar pra casa, nada de madrugadas na rua! Desejo enfim, que meu amor me reprima um pouco, mas com muito respeito e que me tolha as liberdades, esse vôo alucinante e sem rumo tem me dado um cansaço danado.

Um comentário:

Anônimo disse...

encontrou ?