terça-feira, 26 de agosto de 2008

terça feira 26 de agosto

O mundo esta tão corrupto, instável, mentiroso, exagerado e injusto que só confio no que posso provar com os próprios sentidos. Em um mundo de desordem, desastres e fraudes, o prazer não pode ser sucateado. Algumas vezes só a beleza merece confiança. Portanto dedicar se a criação e ao usufruto da beleza nem sempre, necessariamente e uma forma de ater se a realidade, quando o resto esta se desfazendo em retórica e trama...Às vezes me culpo por me render aos prazeres mais superficiais. Ma afinal o que há de tão discrepante nisto... Continuo mantendo minha integridade a fio de aço. Meu livro de cabeceira e cama sutra... Não acho que eu deva ser vitima de opiniões maledicentes só porque minha libido esta a flor...Algumas pessoas sonham em ser premiadas com uma vida pacata e bucólica, Deus permita que não seja eu! No entanto respeito os vestidos longos, os cabelos compridos e as virgenzinhas  que fazem questão de declararem sua sexualidade ortodoxa aos quatro cantos.Quando você sente um tênue potencial de felicidade depois de épocas sombrias, precisa agarrar essa felicidade com todas as suas forças. Não e egoísmo e sim libertação. Nos recebemos a vida e e nosso dever encontrarmos alguma coisa de belo nessa vida,  por mais ínfima que seja.Talvez eu ainda não saiba totalmente o que mereço, mas sei que me recuperei graças às alegrias dos prazeres mais inofensivos, e tornei me alguém muito mais intacto. E tenho a esperança de que a expansão de uma pessoa, ampliação de uma vida, seja realmente um ato de valor nesse mundo. Mesmo que essa vida, só dessa vezinha, por acaso seja minha e de mais ninguém.Eu já enfrentei uma depressão, não séculos de tirania assassina. Tive crise de identidade, mas também tive recursos. O que me ajudou a recuperar minha dignidade foi a idéia de que apreciar o prazer pode ser a ancora de humanidade de uma pessoa.E claro que não estou fazendo apologia à orgia, a jogos, a sexo sem camisinha com o cara mais gostoso da cidade... e nem a se apaixonar pelo garanhao do bairro, porque esta tentativa de elevar a auto estima pode cair por terra e desandar todo o processo. E nem a reduzirmos nossos prazeres a festas cheias de playboys ou bichas enrustidas que desfilam com três mulheres na mesma noite para disfarçarem tamanha impotência. Mas de vez em quando que mal tem afinal...A linha que separa o usado de quem esta usando e muito tênue e a isso sim devemos nos ater.Nao me culpo por ter passado um mes a esmo no Rio de Janeiro numa tentativa de me resgatar de um turbilhao de indecisoes... os prazeres, ainda que mais medíocres que possam parecer, se forem inofensivos, carpe diem!!! Nao que um mes a esmo em pleno Rio de Janeiro seja mediocre... e exatamente milagroso!E claro que isso exige maturidade, sexualidade, inteligência e independência emocional. Então minha cara, se você ainda esta disposta a encurralar se  numa cúpula de culpa e tornar se vitima do primeiro vagabundo que lhe chamar de “minha princesa”  melhor mesmo sintetizar os prazeres em livros de auto ajuda.Alias, este texto esta justamente parecendo uma carta conselho da mais nobre das feministas para as pseudo mulheres modernas que ainda sonham com a pré revolução da década de 70. Pior que não e nada disso. Eu mesma tenho que ler e reler o que escrevo cem vezes pra atravessar a linha tênue, e passar a usar... Mas o melhor de tudo isso e esse censo critico que nos devora depois que fomos devoradas!!!!

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